Na semana passada, viajavam na mesma carruagem de metro que eu, um grupo de jovens na casa dos 16 anos. Conversavam entre eles tranquilamente sobre as suas vidas. Nisto, um amigo deles que teria saído naquela estação, bateu no vidro para que os amigos o vissem e começou a correr junto ao comboio, até não o conseguir acompanhar mais. A cena fez-me sorrir, mas os amigos acolheram o episódio com a mesma naturalidade com que já estavam.
Parecendo ler os meus pensamentos , um deles comentou para o grupo: “Ele faz sempre isto.”
Uma miúda do grupo que estava em pé, sorriu, como quem reage a uma rotina confortável. E foi o máximo que fizeram. Gostei de sentir a descontração tranquila com que lidavam uns com os outros, a cumplicidade cheia de respeito e a aceitação sem podiuns uns dos outros, numa ordem silenciosa na qual todos estavam confortáveis. Afinal, a base da conexão que tanto constrói a estrutura do ser humano.
Será que se vão manter juntos pela vida fora? Será que vão recordar este episódio um dia? Aconteça o que acontecer, desejo que saibam sempre, ao longo do caminho, construir relações saudáveis e tranquilas. Porque serão sempre chão para os embates da vida.