Não o desfrutei tanto como deveria, foi à medida do que a minha maturidade da altura permitia. E que pena tenho, uma profunda pena de não ter agora uma nova oportunidade, à luz de quem hoje sou e valorizo!
Era um homem profundamente bom! Ao contrário da minha juventude revoltada e afirmativa, hoje sinto a bondade como o maior bálsamo que podemos receber, sentir e oferecer! Porque a bondade olha para o lado certo da vida e por isso constrói alicerces sólidos para onde se voltar, aqueles que se mantêm de pé, quando a festa acaba.
O mundo precisa de corações livres, generosos, leves. O mundo precisa de Amar. Sem chavões.
É o amor que nos permite reconhecer o seu rasto na história da nossa vida.
É ele que perdoa, relativiza, simplifica, (re)constrói, embeleza, suaviza.
Ele soube fazer bom uso desse Amor com a família, pacientes, com o talento artístico que revelou quando a reforma lhe arrancou à rotina de muitos anos.
Fez tudo para nunca pesar e não pesou.
Vivia bem com ele, apesar de constantemente mergulhado na sua melancolia.
Nem sempre o entendi. Mas hoje, daria tudo por uma boa conversa.
Este texto vai para o céu, direito ao seu coração que por lá terá outra forma. Lamento quem não soube ser, mas hoje tenho-o comigo. Vale sempre a pena o que damos com amor. Porque, na altura certa, ilumina.
Parabéns, querido pai!