Aceitar os outros como eles são é um exercício de empatia ou submissão?
Os outros têm necessidades e reações que nem sempre compreendemos. Não agem, não dizem, não se comportam como nós faríamos no seu lugar ou gostaríamos que acontecesse. Aceitar o tempo e o espaço do outro é um sinal de maturidade emocional.
No entanto, é importante que não descure algo muito valioso: a aceitação de si mesma. Dos seus limites, das suas necessidades. São suas, não dependem do outro. Mas se algo em si se afunda diante dessa aceitação, é importante sentir se o lugar onde cede é aceitável para si. No fundo a pergunta a fazer a si mesma é: o que é que eu quero?
O ponto onde aceito o outro é uma ferida para mim ou apenas choca com o meu ego? Estarei a ceder ou a submeter-me?
Reflexão que me surge, depois do espetáculo absolutamente incrível da Margarida Vila-Nova , no Teatro Maria Matos, sobre a violência doméstica.
Não é sobre este tema tão delicado a minha reflexão.
É sobre o que fazemos com o nosso direito a escolher o quê e quem queremos na nossa vida.